Coisas que me abalam o pífaro e estrangolam a gaita - second round
Gente linda: Hoje a educadora não dormiu a sestinha! Foi ela que teve a iniciativa de me ligar
A senhora tem o dom de me enervar e sugar toda a minha beleza
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Gente linda: Hoje a educadora não dormiu a sestinha! Foi ela que teve a iniciativa de me ligar
A senhora tem o dom de me enervar e sugar toda a minha beleza
Sabem, é cedo, muito cedo. E ninguém merece.
O P maior está a fazer praia durante a manhã pela escola. Então fui levá-lo e vi o director pedagógico cheio de malas e sacos e tudi e tudi e tudi, cheio de cangalhada.
Entreguei o chavalo, virei -me para sair e vejo o cú de vossa senhoria que se havia agaixado para apanhar os bons dos sacos.
Agora expliquem-me porque teimam os homens usar os calções de modo a que se vejam os pintelh*s da frente e todo um rego do cú de trás? Isto faz algum sentido? Ou acham que há escassez de porquinhos mealheiros?
Há sei, nem toda a gente tem cú e há que exibir a graciosidade E era grande
Que descobriu que há mães mais "nóicas" que ela!
Os miúdos vão passear no dia da criança e a escola mandou um e-mail a dizer que eles só precisavam de levar uma garrafa de água (inteligente esta escola que manda mails )
E uma mãe, amiga da mãe, cumplice da mãe, daquelas mães que atrofiam com tudo (ahahahahhah), em dois minutos perguntou-me: " e se tiverem fome no autocarro? e sede? mas que levam para comer? temos que mandar uma muda de roupa?"
Calmamente respondi-lhe: " mulher! faz lhe uns panadinhos, umas coxinhas de frango e uma muda de roupa não se vá ele esbortear todo e parecer mal, porque os miúdos costumam andar asseadinhos que dá gosto ver, diz ás auxiliares que tenham cuidado para não lhe entalarem a gaita no fecho das calças!"
A resposta dela foi: " sou um bocado paranóica, não sou?
Não...nada...nadinha...nada mesmo!
A mãe ouve atentamente o P maior que é linguarudo e conta tudo o que se passa na escola (vantagem minha, admito).
Sexta feira disse-me: " A "B" disse que o meu desenho estava muito feio."
Respondo prontamente: " Não faz mal, não lhe ligues."
Resposta do P que se agarra um telefone de brincar: " ai ligo sim, queres ver? "B" daqui é o P, xau até segunda"
e assim vai a vidinha....
torcem-se as tripas, tremem as pernas e vomita-se o almoço.
Ontem ligaram -me da escola e assim que ouvi a voz da educadora borrei-me logo.
" Mãe, não se alarme, mas o P caiu e fez um grande galo."
E eu pensei: Ora foda-se! Este meu filho anda sempre com a cabeça feita numa romã!
E eu: "Caiu?, mas caiu como?"
" Andava a correr,tropeçou e caiu, mas não vomitou,nem sangrou,nem está sonolento"
Fiz uma pausa.
" Mãe, está tudo bem?"
Eu: "estou um bocado a tremer das pernas, mas fico bem"
Então até logo.
Desliguei o telefone e fui á casa de banho descarregar os nervos...
Antes ele era calminho,fofinho, meiguinho e tudi tudi tudi terminado em "inho"
Agora é mandão, fala pelos cotovelos, sacode as varejas aos outros, imita a educadora e dá ordens á auxiliar.
Agora é que está em ponto caramelo e agora de inho só resta o espertinho!
Eis o meu primeiro filhinho
Sabem aquelas crianças que têm fama de passaranas, pão sem sal e sonsinhas?
Aquelas crianças que nos fazem crer que só encontram porto seguro em casa com os pais?
Aquelas crianças que aparentemente são paus mandados?
Aquelas crianças que são levadas facilmente para brincadeiras que não querem ter?
E sabem aquelas crianças caladinhas com ar ingenuo e odor a santidade?
Sabem? Sabem?
Apresento-vos o P maior há cinco meses atrás!
Imaginam a minha cara, quando,ontem me disseram que ele andou aos tabefes e sopapos? Imaginam?
De inaltecer o espírito é, durante o dia, receber um mail do Jardim de infância a informar que há crianças com sintomas de escarlatina e chegar no fim do dia á escola para trazer o rapaz para casa e ler-se em letras bem grandes na entrada:
"Caríssimos pais, há crianças com lendias e piolhos. A prevenção é o melhor remédio, verifique a cabeça do seu filho"
E após chegar a casa o P dizer: Eu não tenho "michão", eu não tenho pim pim pimpolhos!
Não tem piolhos...pelo menos hoje....
O P maior tem ar tímido, mas a mãe avisou que em casa ele tem tendência a soltar a franga, o perú e o coquito.
O P maior não falava com os amiguinhos, mas a mãe avisou que ele é tagarela desde cedo.
O P maior gostava de brincar sózinho e na escola achavam estranho, mas a mãe avisou que quando ele se abrisse ia ser dose para leão.
O P maior gosta muito do cantinho dele, mas a mãe avisou que estava bem assim, porque quando ele se revelasse teriam que ser mais de duas pessoas na sala para darem conta do recado.
O P maior tem ar de santinho, mas a mãe avisou que não é santinho... está a apalpar terreno.
Sucede que, quando ontem fui buscar o P maior, disseram-me que ele anda muito saído da casca!
Que bom! Assim a mãe até gosta mais e para não perder o embalo a mãe avisou: "Preparem-se que vai piorar"
A mãe é amiguinha, a mãe avisa sempre!
Hoje o meu post recai um pouco em tons mais sérios.
Nunca aqui o disse, mas há cerca de sete ou oito meses atrás, fui confrontada com a possibilidade do P maior ser uma criança com sindrome do asperguer do autismo, que é um espectro do autismo mais leve que o comum.
O P maior, com 20 meses,sabia o alfabeto e contar perfeitamente até 20. Sim, o meu filho começou a falar com 14 meses e começou a andar com dois anos.
Quando nos apercebemos que o garoto tinha uma inteligencia acima do suposto e um nível motor menos desenvolvido desabafámos com a pediatra que nos encaminhou para consultas de neurodesenvolvimento.
Numa dessas consultas, após várias perguntas, foi nos dito que o menino poderia ter traços autistas, coisa que me deixou, como se diz em bom português, com os tomates caídos. Após alguma informação e pesquisa, saí desse estado de espirito e percebi o que era o autismo: Crianças normais, com caracteristicas diferentes. Ponto final. Simples.
Preparei-me e esperava um diagnóstico positivo. Apenas vivi na ansiedade de ter "ferramentas" para o ajudar nas suas limitações.
Então, para que se concretizasse um diagnóstico correcto, o miúdo teria que ir para o jardim de infância, para percebermos se socializaria bem ou não com outras crianças.
Primeiros tempos, nada animadores. O P maior tem um fascínio por uma coleguinha, que já aqui tenho referido e pronto. Enquanto os meninos brincam, ele prefere ler e contar.
Fomos hoje saber o diagnóstico correcto. Confesso que após ler o relatório da educadora, me senti apreenssiva e ia à espera de algo mais grave.
Afinal o P maior, é um garoto sem características autistas, com um nível cognitivo acima da média e uma timidez ultrapassável com a idade. Tem um óptimo contacto ocular e gosta de afectos. Pelo que tudo o que ele sinta ter mais dificuldade, terá uma capacidade gigante de se auto ajudar.
Fiquei feliz! Respirei de alívio.
Mas fiquei a conhecer melhor o autismo, vivi com ele na sombra e tive medo de não ser uma mãe à altura das características do meu filho.
Volto a referir com conhecimento de causa que crianças autistas são Crianças normais, com caracteristicas diferentes. Ponto final. Simples.
E eu pensava que não, eu pensava que não eram crianças "normais". Eu envergonho-me do que pensava.