Um filho asperger?
Hoje o meu post recai um pouco em tons mais sérios.
Nunca aqui o disse, mas há cerca de sete ou oito meses atrás, fui confrontada com a possibilidade do P maior ser uma criança com sindrome do asperguer do autismo, que é um espectro do autismo mais leve que o comum.
O P maior, com 20 meses,sabia o alfabeto e contar perfeitamente até 20. Sim, o meu filho começou a falar com 14 meses e começou a andar com dois anos.
Quando nos apercebemos que o garoto tinha uma inteligencia acima do suposto e um nível motor menos desenvolvido desabafámos com a pediatra que nos encaminhou para consultas de neurodesenvolvimento.
Numa dessas consultas, após várias perguntas, foi nos dito que o menino poderia ter traços autistas, coisa que me deixou, como se diz em bom português, com os tomates caídos. Após alguma informação e pesquisa, saí desse estado de espirito e percebi o que era o autismo: Crianças normais, com caracteristicas diferentes. Ponto final. Simples.
Preparei-me e esperava um diagnóstico positivo. Apenas vivi na ansiedade de ter "ferramentas" para o ajudar nas suas limitações.
Então, para que se concretizasse um diagnóstico correcto, o miúdo teria que ir para o jardim de infância, para percebermos se socializaria bem ou não com outras crianças.
Primeiros tempos, nada animadores. O P maior tem um fascínio por uma coleguinha, que já aqui tenho referido e pronto. Enquanto os meninos brincam, ele prefere ler e contar.
Fomos hoje saber o diagnóstico correcto. Confesso que após ler o relatório da educadora, me senti apreenssiva e ia à espera de algo mais grave.
Afinal o P maior, é um garoto sem características autistas, com um nível cognitivo acima da média e uma timidez ultrapassável com a idade. Tem um óptimo contacto ocular e gosta de afectos. Pelo que tudo o que ele sinta ter mais dificuldade, terá uma capacidade gigante de se auto ajudar.
Fiquei feliz! Respirei de alívio.
Mas fiquei a conhecer melhor o autismo, vivi com ele na sombra e tive medo de não ser uma mãe à altura das características do meu filho.
Volto a referir com conhecimento de causa que crianças autistas são Crianças normais, com caracteristicas diferentes. Ponto final. Simples.
E eu pensava que não, eu pensava que não eram crianças "normais". Eu envergonho-me do que pensava.