Estimada ventania
tentei ser fofinha e dar te alguma utilidade, mas foste ingrata e rebelde levando as cuecas do marido e as meias dos miúdos pelos ares. Fizeste com que saísse de casa a mil á hora e fui apanhar a roupa na rotunda que fica perto do prédio. Foste deveras inconveniente e por tua causa ouvi buzinadelas e levei com olhares reprovadores.
Amuei e odiei-te. Não obstante a tudo isto quando saí á rua, viraste-me o cabelo do avesso e senti-me uma daquelas bonecas dos trolls. E eu odeio trolls. Como posso lidar com tamanha ingratidão? Por tua causa os miúdos andam entupidos e meio ranhosos, gozam comigo por ser magra e dizem que vou pelos ares. Compararam-me a um balão da zippy.
Enfiei o meu caçula no carro e ouvi um espirro, olhei para ele e vi "nhanha" no encosto do banco e tu sabes que o meu marido é sensível e enjoa com pouco. Como pudeste?! Achei que a tua presença seria útil para enxugar a roupa e tu... e tu quase que a rompeste.
Hoje fazes-te notar mas de um modo mais discreto. Por favor vai e não voltes. Raios te partam, afinal para que serves tu?
O P maior chegou á escola e quando olhei para ele parecia o Vegeta do Dragon Ball...
Depois de toda a maldade que me fizeste vai de vez e não me procures mais. Não olhes para trás, não te darei outra oportunidade!